O presente projeto está voltado para o desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas em área estratégica para a produção de combustível nuclear. A meta é desenvolver tecnologias inovadoras na caracterização e transformação do aço Maraging 350, material este usado na construção de ultracentrífugas para enriquecimento de urânio. O urânio, seja na forma de óxido (i.e., UO2) ou metálica (i.e., ligas à base de U-Zr) é combustível que pode ser usado tanto para produção de energia elétrica quanto na propulsão de submarinos. Dentre as etapas do ciclo do combustível nuclear a única que não é vendida por qualquer dos países que detém o conhecimento do ciclo do combustível nuclear é a etapa do enriquecimento isotópico. O processo que o Brasil domina é o do enriquecimento por ultracentrifugação gasosa que foi desenvolvido no Centro Tecnológico da Marinha (CTM-ARAMAR) o qual fabrica suas ultracentrífugas e também as fornece para a INB (Indústrias Nucleares Brasileiras). A ultracentríguga é um equipamento que opera em alta rotação, utilizando a força centrífuga para a separação de isótopos mais leves dos mais pesados. Esta alta rotação exige materiais com elevada resistência mecânica, excelentes ductilidade e estabilidade dimensional, dentre outras propriedades. Um dos materiais utilizados é o aço Maraging 350. Os aços maraging são ligas quaternárias com Ni-Co-Mo-Ti, de ultra-alta resistência, que têm sua principal aplicação na fabricação das partes rotativas de ultracentrífugas usadas no enriquecimento de urânio, corpo de mísseis, vasos de pressão especiais e componentes usados na indústria aeronáutica. Devido à sua aplicação, principalmente na área nuclear, trata-se de material estratégico e, por isso, consta da Trigger List do governo norte americano e da UK Strategic Export Control List emitida pelo Department of Business Innovation and Skills do governo Britânico em Janeiro de 2012.