TRANSIÇÕES ENTRE TEXTURAS E MOLHAMENTO EM NEMÁTICOS QUIRAIS
Área de Concentração: Física da Matéria Condensada
Descrição: A fase nemática
quiral ou colestérica tem chamado atenção nos últimos anos devido à
quebra de simetria induzida pela quiralidade que leva a fenômenos
únicos. Um aspecto interessante dessa fase é apresentar várias texturas
diferentes, que se apresentam em determinadas situações como
ancoramento, campo elétrico e tipo de confinamento. É de grande
importância conhecer-se os mecanismos por trás das transições entre
essas texturas, pois assim podem ser aplicadas em dispositivos
eletro-ópticos. Uma das vertentes de estudo desta linha é estudar estas
transições tanto no âmbito experimental quanto teórico, determinando-se
assim os fatores e usabilidade por trás de cada textura. Esse
conhecimento também pode ser aplicado nas chamadas transições de
molhamento, que ocorre quando o ângulo de contato de duas fases
coexistindo torna-se zero com relação a um substrato sólido, quando a
temperatura (ou composição) é alterada . Recentemente, nosso grupo foi
pioneiro em estudar uma transição de molhamento para nemáticos quirais
(Phys. Rev. Lett. 110, 057801, 2013). Durante a transição de
molhamento, uma fina camada de CL ocorre onde força de molhamento,
quiralidade, elasticidade e ancoramento agem reciprocamente dando origem
à transições nemático-colestérico e a formação de franjas dependendo da
razão entre constante elásticas e a razão entre espessura e passo. À
medida que a camada de molhamento cresce com o decréscimo da
temperatura, a periodicidade das franjas muda, e finalmente há uma
ruptura dessas franjas. Os grandes desafios ainda são os de entender o
formato da interface entre a fase isotrópica e a colestérica e se na
interface podem co-existir domínios de “blue-phases” para determinados
passos, estudos a serem realizados com microscopia (eletrônica e de
transmissão), cálculos analíticos e computacionais via modelos de
Landau-de-Gennes e Monte Carlo. Outros desafios dessa linha incluem a
interação e a dinâmica de defeitos em CLCs e explicar a ruptura das
franjas observadas experimentalmente.