Resumo: |
Neste
trabalho a Espectroscopia Fotoacústica (Photoacoustic
Spectroscopy-PAS) foi utilizada para avaliar a
penetração, em feridas cutâneas de ratos, de duas
formulações diferentes de pomadas de própolis . Os
experimentos foram realizados com a espectroscopia fotoacústica
operando na região espectral entre 250 até 500 nm,
monitorando-se as bandas de absorção óptica
associadas à própolis. Foram utilizadas as
freqüências de modulação em 10, 15 e 40Hz.
Foram realizadas leituras de pomadas de própolis, denominadas A
e B, de acordo com a composição do líquido
extrator da própolis e da base da pomada (controle). O espectro
de absorção da pele, sem qualquer tipo de
formulação, também foi determinado. Estes
espectros foram utilizados para a realização de ajustes
Gaussianos. As medidas foram executadas na face externa e na face
interna das feridas (face dermal), após quatro, sete, dez e
quatorze dias de tratamento com as pomadas de própolis. As
leituras realizadas na face externa de feridas comprovaram a
presença das pomadas A e B na superfície da ferida. As
leituras na face interna detectaram a presença das pomada A e B
com freqüências de 10 e 15Hz, mas não com 40Hz, que
representa a maior profundidade. As medidas tomadas em
função do tempo de cicatrização mostraram
uma diminuição na quantidade de própolis permeada.
Esta é a primeira vez que a PAS é utilizada para avaliar
a penetração de fármacos na pele, durante o
processo de cicatrização de feridas, demonstrando mais
uma vez o potencial da PAS para a avaliação do perfil de
profundidade de substâncias em amostras não
homogêneas. Nossos resultados demonstraram que houve a
permeação da pomada de própolis, detectada na
região da derme logo abaixo da epiderme, detectada com a
freqüência de 10Hz, e um pouco mais profundamente, detectada
com a leitura na freqüência de 15 Hz. Não houve um
sinal da presença das pomadas de própolis nas leituras
realizadas com a freqüência de 40Hz. A maior taxa de
permeação das pomadas A e da B foram obtidas aos 4 e 10
dias. Aos 7 e 14 dias houve permeação, porém em
menor quantidade. Acredita-se que fatores como a barreira física
promovida pela da casca da ferida e pelo epitélio em
regeneração, bem como os componentes utilizados na
formulação das pomadas foram fatores determinantes para a
obtenção da taxa de permeação. Além
disso, os resultados mostraram que a estratégia de se incidir a
luz modulada, que gera o sinal fotoacústico na face interna da
pele, no lado oposto ao da ferida onde se aplicou o medicamento,
permitiu assegurar que a própolis permeou através dos
tecidos. sugerindo que a formação do epitélio
inibe o processo de difusão. indicando que a
aceleração do processo de cicatrização da
ferida tratada com a pomada de própolis só ocorreu porque
a pomada permeou ao longo da mesma, Os resultados deste trabalho
indicam que esta técnica pode ser ampliada para se estudar a
penetração de fármacos na pele. Ao compararmos os
resultados da taxa de penetração em função
da cicatrização com aqueles obtidos a partir de
observações histológicas, constatamos que
há uma coincidência entre a melhora no processo de
cicatrização da ferida tratada com o processo de
permeação da própolis. |