:: Dissertação   

Título da Dissertação: UTILIZAÇÃO DA ESPECTROSCOPIA FOTOACÚSTICA NA DETERMINAÇÃO DA PROPAGAÇÃO DE FORMULAÇÕES DE USO TÓPICO UTILIZADAS PARA A CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS DA PELE DE RATOS
Nome do Aluno: ELIZANDRA SEHN
Banca Examinadora: MAURO LUCIANO BAESSO (orientador)
MARCELO GOMES DA SILVA - UENF-RJ
LUZMARINA HERNANDES - UEM
Data da Defesa: 22/02/2006
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Resumo: Neste trabalho a Espectroscopia Fotoacústica (Photoacoustic Spectroscopy-PAS) foi utilizada para avaliar a penetração, em feridas cutâneas de ratos, de duas formulações diferentes de pomadas de própolis . Os experimentos foram realizados com a espectroscopia fotoacústica operando na região espectral entre 250 até 500 nm, monitorando-se as bandas de absorção óptica associadas à própolis. Foram utilizadas as freqüências de modulação em 10, 15 e 40Hz. Foram realizadas leituras de pomadas de própolis, denominadas A e B, de acordo com a composição do líquido extrator da própolis e da base da pomada (controle). O espectro de absorção da pele, sem qualquer tipo de formulação, também foi determinado. Estes espectros foram utilizados para a realização de ajustes Gaussianos. As medidas foram executadas na face externa e na face interna das feridas (face dermal), após quatro, sete, dez e quatorze dias de tratamento com as pomadas de própolis. As leituras realizadas na face externa de feridas comprovaram a presença das pomadas A e B na superfície da ferida. As leituras na face interna detectaram a presença das pomada A e B com freqüências de 10 e 15Hz, mas não com 40Hz, que representa a maior profundidade. As medidas tomadas em função do tempo de cicatrização mostraram uma diminuição na quantidade de própolis permeada. Esta é a primeira vez que a PAS é utilizada para avaliar a penetração de fármacos na pele, durante o processo de cicatrização de feridas, demonstrando mais uma vez o potencial da PAS para a avaliação do perfil de profundidade de substâncias em amostras não homogêneas. Nossos resultados demonstraram que houve a permeação da pomada de própolis, detectada na região da derme logo abaixo da epiderme, detectada com a freqüência de 10Hz, e um pouco mais profundamente, detectada com a leitura na freqüência de 15 Hz. Não houve um sinal da presença das pomadas de própolis nas leituras realizadas com a freqüência de 40Hz. A maior taxa de permeação das pomadas A e da B foram obtidas aos 4 e 10 dias. Aos 7 e 14 dias houve permeação, porém em menor quantidade. Acredita-se que fatores como a barreira física promovida pela da casca da ferida e pelo epitélio em regeneração, bem como os componentes utilizados na formulação das pomadas foram fatores determinantes para a obtenção da taxa de permeação. Além disso, os resultados mostraram que a estratégia de se incidir a luz modulada, que gera o sinal fotoacústico na face interna da pele, no lado oposto ao da ferida onde se aplicou o medicamento, permitiu assegurar que a própolis permeou através dos tecidos. sugerindo que a formação do epitélio inibe o processo de difusão. indicando que a aceleração do processo de cicatrização da ferida tratada com a pomada de própolis só ocorreu porque a pomada permeou ao longo da mesma, Os resultados deste trabalho indicam que esta técnica pode ser ampliada para se estudar a penetração de fármacos na pele. Ao compararmos os resultados da taxa de penetração em função da cicatrização com aqueles obtidos a partir de observações histológicas, constatamos que há uma coincidência entre a melhora no processo de cicatrização da ferida tratada com o processo de permeação da própolis.